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18/09/2023

Medo de demissão faz empregados estender jornada e evitar sair de férias

Funcionários pressionados por metas sofrem burnouts; especialistas dizem que empresas devem estimular descanso

O Estado de S. Paulo

BIANCA ZANATTA

Trabalhadores pressionados sofrem burnout. Para especialistas, empresas deveriam estimular descanso.

Faz oito anos que a publicitária Simone R. (a pedido, seu sobrenome não foi divulgado), de 52 anos, não sai de férias. A última vez que ela teve um período de descanso remunerado foi como gerente de eventos em uma agência de propaganda e marketing. Ela passou 17 dias na praia, totalmente desplugada do mundo. Depois disso, nunca mais.

Ela saiu da empresa em uma onda de demissões e trabalhou como freelancer até entrar em uma nova agência, onde ficou por cinco anos, sem direito à folga anual. A única parada era coletiva, no recesso entre Natal e réveillon.

Foi durante a pandemia – quando migrou para o home office e passou a conciliar o trabalho com os cuidados dispensados à mãe idosa – que ela entendeu que a empresa não estava preocupada com seu equilíbrio mental, e que ela mesma não tinha coragem de pedir férias por conta do volume de tarefas sob sua responsabilidade.

A mãe acabou falecendo, vítima da covid-19. “A autocobrança era tanta que me vi mandando e-mail de trabalho assim que cheguei do funeral”, lembra. “No final do ano, eu chorava de cansaço, fazendo relatório até as 2h da manhã.”

Simone pediu demissão à beira de uma crise de burnout. Ela relata um quadro de ansiedade que a levou à compulsão alimentar, angústia, insônia e até uma alergia “que vai andando pelo corpo”. Ela suspeita que o estresse seja a causa.

BURNOUT. O engenheiro Fernando Brancaccio, especializado em gestão de pessoas e governança estratégica, conta que teve uma crise severa de burnout em 2013, no auge de sua carreira executiva.

Ele resolveu que não queria mais trabalhar no mundo corporativo daquela forma. CEO e fundador da Fair Job, que faz a mensuração e o cruzamento de dados com foco em saúde mental e segurança psicológica nas empresas, ele fala que há um desequilíbrio de percepção e ação entre as lideranças e os funcionários a respeito do descanso, indício de que a relação de confiança “não está ok”.

Os empregados muitas vezes não se sentem seguros para tirar férias. “O medo de sair expõe um problema mais profundo. Em muitas organizações, as férias ainda são sinônimo de fraqueza, e isso é uma cultura no mínimo inconsequente, geralmente das lideranças”, diz.

“O burnout nada mais é do que a não interrupção de longos períodos de estresse crônico. Para isso, existem as férias.”

Ele diz que não é aconselhável tirar menos de 15 dias de descanso porque é só na segunda semana que a pessoa de fato “vira a chave”. Brancaccio também afirma que as férias automáticas não são o jeito ideal de gerenciar os períodos de descanso. Nas pesquisas da Fair Job, muitos trabalhadores dizem preferir flexibilidade para conciliar o descanso com as férias escolares dos filhos, por exemplo.

BOAS PRÁTICAS. A melhor prática que os gestores podem adotar para criar um ambiente

de confiança, segundo o especialista, é montar uma escala na equipe, sem esperar cobrança do RH. “Quem tem filho, quem não tem, quem pode sair em que período? Precisa entender a importância das férias e já fazer esse escalonamento.”

As férias são um direito garantido pela lei trabalhista brasileira, mas ainda hoje há gestores que cumprem a legislação a contragosto, bem como empregados que protelam o período de descanso até o limite legal por medo de serem “mal vistos”.

Os profissionais, no entanto, estão sinalizando problemas. De acordo com a última pesquisa Global Workforce of the Future, feita em 2022, entre os funcionários que querem mudar de emprego, 35% afirmam buscar mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

A cada dez trabalhadores, quase quatro dizem ter passado por um burnout, e 23% desses tiveram que pausar a carreira no último ano. Quando questionados sobre o que as empresas devem fazer para evitar a situação, 41% deles citam encorajar as pessoas a tirar férias anuais.

INCENTIVO. Incluir experiências de férias no pacote de benefícios é uma boa maneira de mostrar aos funcionários que a cultura organizacional não só respeita o direito trabalhista como incentiva todos a usufruírem de um descanso de qualidade.

A administradora de empresas Kátia Nunes, analista de qualidade na Run2Biz, conta que tinha o hábito de tirar férias muito “picadas”, sem viajar. Foi assim por quatro anos, até que a empresa adotou o benefício da plataforma Férias&Co., que oferece crédito em pontos para viagens a lazer. Com o incentivo, a analista passou a tirar férias mais longas com a mãe, a irmã e a sobrinha.

Para ela, a iniciativa mostra que a empresa está se preocupando com o bem-estar da equipe. “É bem diferente. Só o fato de sair da rotina e ir para outro lugar já traz uma melhora grande para a saúde mental. E isso se estende para a família.”

Ela diz que outras organizações por onde passou davam férias “por ser lei”, mas não estimulavam as pessoas a saírem. “Aqui eles não só dão o benefício como estimulam a toda hora, inclusive nas reuniões.”

Cofundador e CEO da Férias&Co., Bruno Carone diz que os custos das empresas com saúde mental dispararam globalmente 25% desde a chegada da pandemia, assim como a síndrome do presenteísmo: o colaborador está no ambiente de trabalho, mas só porque a empresa espera isso dele.

Ele explica que a pessoa não se sente à vontade para se ausentar porque fica com medo de perder o emprego, mas também não está desempenhando ou sendo produtiva. •

Segundo pesquisa, 35% das pessoas que queriam sair do emprego buscavam mais tempo para a vida pessoal

Fonte: Estadão
 
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