Caso atenda ao pleito das centrais sindicais e aumente o valor do salário mínimo de 2024 de R$ 1.389, como previsto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), para R$ 1.429, Lula vai entregar a Fernando Haddad uma conta extra de R$ 15,8 bilhões no ano que vem. O valor, estimado pelo economista da XP Tiago Sbardelotto, corresponde ao impacto de um piso maior nos gastos do governo. Os representantes dos trabalhadores querem emplacar a partir do ano que vem a regra de valorização do piso que leva em conta a inflação mais o crescimento do PIB de dois anos antes – o que resultaria em um mínimo R$ 40 mais alto do que o previsto na LDO. O aumento da despesa coincidiria com o primeiro ano de vigência do novo marco fiscal.
MISSÃO. O ministro do Trabalho, • Luiz Marinho, embarcou para a Espanha, onde pretende convencer o presidente Lula da nova regra. As centrais sindicais têm a expectativa de que o anúncio possa ser feito na próxima segunda, 1.º de maio.
INTERDITADO. Marinho sinalizou • às centrais, porém, considerar improvável que a Fazenda aceite a ideia de que, até 2026, o piso aumente pelo menos 2,4% por ano acima da inflação. A ideia foi lançada pelos sindicalistas com o objetivo de compensar a falta de reajustes reais sob Jair Bolsonaro.
EXTRA. Como alternativa, os • sindicalistas querem que o governo deixe de cobrar IR que incide sobre a participação dos trabalhadores nos lucros das empresas (PLR). Eles argumentam que, dessa forma, eles seriam igualados aos empregadores, cujos dividendos são isentos. A medida ajudaria a acalmar a base do PT no movimento sindical.
LINHA. O governo foi informado • que a relatoria da CPMI dos Atos Antidemocráticos ficará com um deputado, e a presidência do colegiado, com um senador. O Planalto trabalhava para o contrário. O líder do PP, André Fufuca (PP-MA), um dos cotados para a relatoria, tem bom trânsito no governo, mas seria exagero dizer que a escolha agrada ao Planalto.
ZAP. Embora parlamentares • já falem em convocar Augusto Heleno para depor na CPMI, a ideia de governistas é antes aprovar quebras de sigilo telefônico e telemático do militar, como foi feito na CPI da Covid, para reunir elementos contra o depoente.
FONTE. Os governistas também • querem pegar carona no inquérito das milícias digitais, que corre no STF. Com acesso ao material, creem que podem chegar aos financiadores e incentivadores do 8 de janeiro.
VACINA. O comando do União • Brasil se movimenta para evitar novas rebeliões internas, a exemplo do que ocorreu no Rio e em Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, um acordo estabeleceu que o diretório estadual será entregue ao clã do vereador Milton Leite. Em troca, o grupo apoiará a recondução do presidente nacional do partido, Luciano Bivar.
CIRANDA. Nesta segunda (24), • Antonio Rueda, que é ligado a Bivar, foi reeleito presidente do diretório paulista. Ele já avisou que pedirá afastamento e entregará o cargo ao vice, Alexandre Leite (SP), filho de Milton Leite.