Menos escritórios e mais investimentos em busca de eficiência e equilíbrio entre rotinas presenciais e home office são o saldo 3 anos após início de restrições sanitárias
O Estado de S. Paulo.
A Wiser, presidida por Bruno Justo, se especializou em ferramentas para as novas rotinas no trabalho
Quase três anos após o início da pandemia, que forçou o home office no mundo inteiro, as empresas buscam soluções para tornar o modelo híbrido de trabalho mais eficiente. Queridinho dos profissionais – e também das companhias –, o sistema tende a reunir o melhor dos dois mundos, a sociabilização do trabalho presencial e a flexibilidade do home office. Mas equilibrar essas duas realidades virou um desafio para as companhias manterem a produtividade sem enfraquecer a cultura organizacional.
Para dar mais eficiência ao modelo de trabalho, companhias como ArcelorMittal, Europ Assistance, Standout e Vittude estão adotando mecanismos de otimização dos espaços físicos e o uso de ferramentas de apoio à gestão e comunicação. Tudo isso para garantir o sucesso do modelo e manter o desempenho e desenvolvimento dos profissionais.
Na AcelorMittal, por exemplo, o modelo de trabalho virou uma nova estratégia de gestão da empresa, com cortes de custo e a utilização de ferramentas para tornar o formato mais eficiente. Nesse contexto, explica a diretora de pessoas, saúde e bem-estar da companhia na América Latina Sofia Trombetta, foi necessário repensar a organização do espaço e se adaptar rapidamente à realidade.
“Cada vez mais os profissionais estão buscando flexibilidade para poder usufruir de momentos de bem-estar e desenvolvimento. É muito importante construir um ambiente de confiança onde as escolhas são valorizadas”, diz ela.
A implementação do modelo híbrido já estava no horizonte antes mesmo do início da pandemia no Brasil. Em pesquisa interna realizada com a equipe em março de 2020, 86% dos entrevistados disseram preferir um modelo híbrido de trabalho. A covid-19 acelerou a transição.
TECNOLOGIA. Com a redução de três para um escritório na cidade de São Paulo, a Arcelor contratou a Wiser Experience para gerenciar os postos de trabalho. A plataforma criou uma ferramenta que oferece uma planta digital 3D dos espaços, onde é possível escolher onde,
“Não é simplesmente pegar notebook, ter VPN e colocar a pessoa para trabalhar de casa” Amélia Caetano
Expert em gestão remota
quando e com quem se sentar. Além disso, permite que os trabalhadores reservem salas de reunião, armários, vagas no estacionamento e até locais no refeitório.
“Quando você oferece todas as ferramentas de suporte envolvendo infraestrutura e bem-estar, isso influencia automaticamente na produtividade das equipes”, afirma Bruno Justo, CEO da Wiser. O objetivo é encontrar o equilíbrio do trabalho remoto, com corte de custos e melhora da operação, com as vantagens do home office para os profissionais, como maior liberdade, menor tempo de deslocamento, presença maior com a família, saúde e bem-estar.
DESAFIOS. Uma pesquisa realizada pelo Google em parceria com a IDC Brasil no ano passado apontou que 73% dos profissionais brasileiros elegeram o formato híbrido como a melhor alternativa ao trabalho presencial.
Mesmo sendo o preferido, colocar o modelo em prática não é tão fácil quanto parece e demanda um olhar muito mais apurado sobre resultados da companhia, explica Amélia Caetano, especialista em gestão remota e autora do livro Além do Remoto: os próximos passos do trabalho flexível.
“Não é simplesmente pegar um notebook, ter uma VPN e colocar a pessoa para trabalhar de casa. Exige um contexto favorável e principalmente uma mudança de atitude”, diz Amélia. •