Detalhes da tramitação só vão sair depois que presidências forem definidas
O governo federal aguarda a eleição no Congresso, marcada para quarta-feira (1º), para dar início às discussões sobre a Reforma Tributária – prioridade número 1 da equipe econômica do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Não são todos, no entanto, que apoiam a pauta. Prefeitos de cidades e representantes de setores mais resistentes querem negociar com o governo antes de a tramitação ser retomada no Congresso.
Por que a espera?
Os detalhes de como será a tramitação da proposta só vão sair depois que as presidências e mesas diretoras da Câmara e do Senado forem escolhidas.
A preocupação maior é no Senado, já que Rodrigo Pacheco (PSD), apoiado pela base de Lula (PT), corre o risco de perder o favoritismo e ser vencido por Rogério Marinho (PL), ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro (PL).
O que o governo quer?
Reeleger Arthur Lira (PP) para o comando da Câmara – ele é favorável à Reforma;
Aprovar a Reforma ainda no primeiro semestre;
Definir se a tramitação será retomada pelo Senado ou pela Câmara.
A equipe de Haddad também foi alertada de sobre uma tarefa importante: conversar o quanto antes com os grupos resistentes, de forma a impedir o crescimento de um movimento antirreforma. O receio é de que a pressa do governo em aprovar o texto não abra espaço para diálogo.
Duas propostas
A Reforma Tributária corre na Câmara e no Senado.
Na Câmara é onde está a PEC 45, de autoria do presidente do MDB, Baleia Rossi, e que teve como relator o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) – que já conversou com Haddad;
No Senado, tramita a PEC 110, resultado de um amadurecimento da PEC 45 e tem apoio dos Estados;
A maior chance é de que a tramitação seja feita pela Câmara e misture no texto os pontos das duas propostas.