Carlos Lupi prometeu ampliar a presença de centrais sindicais em instância do governo para debater mudanças
O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), afirmou nesta segunda-feira, 30, que vai reunir o conselho da Previdência Social para debater o que chama de “antirreforma” e o atraso da reforma da Previdência, aprovada em 2019. Ele disse ainda que vai ampliar o conselho para incluir todas as centrais sindicais representadas como titulares.
Carlos Lupi disse que vai ampliar conselho da Previdência Social para incluir todas as centrais sindicais representadas como titulares
Carlos Lupi disse que vai ampliar conselho da Previdência Social para incluir todas as centrais sindicais representadas como titulares Foto: JF Diorio/Estadão
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“Vamos discutir isso no conselho [reforma da Previdência]. Nem posso fazer decreto, nem memorando, nem portaria para acabar. Queremos discutir, debater. Que democracia é essa em que se nega debater?”, afirmou durante encontro com sindicalistas na sede da Força Sindical, em São Paulo.
“Tudo tem que ser debatido. Não pode ser só debatido como o dinheiro público serve para patrocinar e financiar as grandes empresas. Na hora que o dinheiro público vai para o pequeno, para o trabalhador, para o aposentado é um dinheiro público que é demagogia. Na hora que ele vai para os grandes grupos empresariais é investimento”, ironizou.
Logo no início do governo, Lupi se envolveu em polêmica ao criticar a Reforma da Previdência e ao negar o déficit previdenciário. Posteriormente, ele foi desautorizado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deu aval a nenhum estudo de revisão de reformas aprovadas antes de seu mandato, sobretudo a da Previdência.
Nesta manhã, o ministro também afirmou que a Previdência “é direito, dever do Estado, e não favor”. Lupi disse que hoje a cultura do sistema é “dizer não” e não pode ser assim, visto que 60% das cidades brasileiras, segundo ele, vivem às custas dos beneficiários. “Se para a previdência, vai parar 60% das cidades. Esse é um dinheiro que circula”, defendeu.
No encontro, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (Solidariedade), líder sindical, defendeu a revisão de pontos da reforma da previdência e trabalhista. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, defendeu a política de valorização do salário mínimo e uma atenção especial ao tema previdenciário. “Nós dependemos dela [previdência], os ricos compram a previdência que quiserem, mas os pobres não”, disse.