Ministro critica repercussão do bloqueio de R$ 2,6 bilhões e volta a sugerir mudança no teto de gastos
Por Carolina Nalin Fernanda Trisotto — Rio e Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu, nesta quinta-feira, a proposta que chamou de “Plano 3D”, que seria desvincular, desindexar e descarimbar as despesas do Orçamento. Segundo ele, mais de 90% das despesas são carimbadas, ou seja, não há forma de manejar e redirecionar os recursos.
Guedes também criticou a repercussão do bloqueio do Orçamento, em que três ministérios (Desenvolvimento Regional, Saúde e Cidadania) concentraram 88,5% do contingenciamento de R$ 2,6 bilhões anunciado pelo governo no fim de setembro.
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— Todo mundo fazia críticas ao orçamento secreto. Agora fizemos um bloqueio temporário justamente dessas despesas. Aí, quando você corta, dizem: “Estão cortando o orçamento secreto”. Estamos examinando exatamente para não atingir o Farmácia Popular e programas dos ministérios, aí reclamam que estão cortando — criticou o ministro, em coletiva na sede da Confederação Nacional de Comércio (CNC), no Rio, após reunião com o presidente da entidade e empresários.
Conforme noticiou O GLOBO, o Ministério da Economia demorou 18 dias para detalhar o bloqueio orçamentário. E os dados, revelados primeiro pelo site de notícias g1, só foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), rompendo uma tradição de transparência da pasta comandada por Guedes.
— Esse tópico de desindexar e desvincular é um tópico que foi analisado quando chegamos ao governo, em 2019. Estamos estudando toda a arquitetura fiscal. (…) O espírito do teto (de gastos, que limita o aumento das despesas da União) está sendo preservado, mas ele foi mal construído no caso de comandos institucionais consistentes _ comentou o ministro.