Mariana Carneiro, Julia Lindner e Gustavo Côrtes
A campanha de Lula tem se aproximado de categorias do serviço público, insatisfeitas com Jair Bolsonaro. E isso inclui policiais, que esperavam tratamento diferenciado do presidente e se frustraram após a última tentativa, sem êxito, de conseguirem reajuste salarial. Principal interlocutor desses grupos, Aloizio Mercadante se reuniu com representantes de mais de 30 categorias no mês passado e agora organiza encontros segmentados. O PT promete recriar a mesa de negociação permanente com servidores, que entrou em desuso no fim do governo Dilma Rousseff e acabou extinta sob Bolsonaro. Não há compromisso com valores e petistas têm dito que a prioridade em 2023, caso Lula seja eleito, são gastos sociais.
Foto: André Dusek/Estadão.
ESPERANÇA. Representantes dos servidores, por sua vez, creem que é possível negociar recomposição de perdas salariais decorrentes da inflação, estimadas em 34%, a partir de 2024.
QI. Policiais federais têm outras demandas, como a indicação por lista tríplice e o mandato fixo para diretor-geral, além de outros anteparos contra a interferência política. Uma das queixas é a de que até a nomeação de diretores de níveis inferiores estão passando por uma peneira fina na Casa Civil.
DESILUSÃO. Em 2018, o bolsonarismo se misturou à pauta anticorrupção, tema que é caro à PF. Agora, perdeu fôlego principalmente nos estratos inferiores da polícia, por restrições orçamentárias que estão afetando operações e por episódios como o afastamento do delegado Bruno Calandrini, que denunciou pressão política quando investigava o escândalo no MEC.
Sinais Particulares, por Kleber Sales. Aloizio Mercadante (PT), coordenador do plano de governo de Lula