por Nivaldo Santana
Trabalhadores precisam jogar papel protagonista, associando a defesa dos seus direitos por salário, emprego e renda com a luta mais ampla e fundamental de defesa da democracia
por Nivaldo Santana
Pela primeira vez na história do sindicalismo brasileiro, as celebrações do Dia Internacional do Trabalhador não serão na rua. Onze centrais sindicais brasileiras decidiram realizar o 1º de Maio pelas redes sociais. Entre 10 horas e 14 horas da próxima sexta-feira (1º/5), diversas atividades artísticas e culturais se revezarão com lideranças sindicais, sociais e políticas na defesa unitária do salário, emprego, renda e democracia.
Dois fatores importantes levaram a esta importante decisão. A primeira, mais óbvia, é a proibição de aglomeração de pessoas durante a vigência da pandemia da Covid-19. Não menos importante é a necessidade de construir a mais ampla unidade para enfrentar o desgoverno extremista de Jair Bolsonaro, inimigo dos trabalhadores e da democracia.
Valendo-se do grande desenvolvimento dos meios digitais de comunicação, as centrais sindicais apostam que este 1º de Maio vai repercutir com força em todo o país, dando voz e vez aos trabalhadores. A unidade e a amplitude são questões decisivas para os trabalhadores, principalmente nesta conjuntura em que quatro crises se entrelaçam e se alimentam: as crises sanitária, social, econômica e política.
A pandemia da Covid-19 atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Além da dramaticidade da situação dos mortos e infectados, o isolamento social provoca uma profunda retração na economia.
No caso do Brasil, em que a economia não decola desde 2015, a situação adquire tons dramáticos, com o aumento do desemprego, a diminuição da renda e o empobrecimento generalizado. Para complicar, o País vive um período de desgoverno. Mesmo com pandemia, em duas semanas Bolsonaro demite os ministros da Saúde e da Justiça, além de insistir na postura irresponsável de subestimar a saúde dos brasileiros.
Diante desse quadro, os trabalhadores precisam jogar papel protagonista, associando a defesa dos seus direitos por salário, emprego e renda com a luta mais ampla e fundamental de defesa da democracia. E a defesa da democracia deve colocar na mesma trincheira todas forças sociais e políticas que se contraponham ao desastre nacional do bolsonarismo.
AUTOR
Nivaldo Santana
Secretário de Relações Internacionais da CTB e secretário de Movimento Sindical do PCdoB. Foi deputado estadual em São Paulo por três mandatos (1995-2007)