José Tostes deixará a secretaria da Receita Federal, e Adolfo Sachsida, secretário de Politica Econômica, vai comandar nova secretaria especial de Estudos Econômicos, acumulando a função atual
Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo
Adriana Fernandes, O Estado de S.Paulo
03 de dezembro de 2021 | 19h02
BRASÍLIA - O ministro da Economia, Paulo Guedes, vai trocar o comando da Receita Federal e criar uma secretaria especial de Estudos Econômicos. O anúncio oficial será feito em breve.
O secretário da Receita, José Tostes, deixará o cargo. Ele terá um cargo na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O novo secretário do Fisco será um auditor fiscal da ativa, mas Guedes ainda não bateu o martelo.
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A mudança na cúpula da Receita acontece quatro dias depois de os auditores fiscais aprovarem uma moção de desconfiança direta ao secretário. Eles alegam que Tostes tem sido omisso em temas relevantes para a categoria e o órgão.
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A categoria se ressente, sobretudo, do esvaziamento da área de fiscalização de tributos, da alfândega e as fronteiras e cobram a realização de concursos para fortalecer o trabalho de combate à sonegação e outros ilícitos da Receita.
José Tostes
José Tostes deixará a secretaria da Receita Federal e será adido na OCDE em Paris Foto: Dida Sampaio/ Estadão
A nova secretaria de Estudos Econômicos será comandada pelo atual secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, e abarcará o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), além da atual secretária de Assuntos Econômicos e a área de estudos microeconômicos da Secretaria Especial de Produtividade e Competividade (Sepec).
A ideia do ministro, revelada pelo Estadão, é criar um grande “think tank”(centro de produção de estudos e dados) do governo.
Adolfo Sachsida
Adolfo Sachsida vai assumir nova secretaria especial de estudos econômicos Foto: Dida Sampaio/ Estadão
O secretário da Sepec, Carlos Da Costa, também deixará o cargo depois de uma série de atritos dentro da equipe econômica, inclusive com Guedes, Sachsida, o assessor especial Guilherme Affif Domingos, e o secretário Executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys.
Embora com capacidade de mobilização em determinados setores empresariais e políticos, colegas de equipe de Da Costa se queixam que muitas vezes ele tenta fazer “gol de mão”, o que aumentou seu desgaste na equipe.
Ele queria ocupar uma vaga no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), mas não conseguiu. Apesar das críticas, Da Costa será adido de comércio do Ministério da Economia em Washington, nos Estados Unidos. A proposta é fazer um trabalho semelhante ao que o governador de São Paulo, João Doria, e seu secretário de Fazenda, Henrique Meirelles, estão promovendo esta semana nos Estados Unidos: vender os investimentos.