Análise lançada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente posiciona Brasil entre países que causam preocupação
Rafael Garcia
São Paulo - O volume de combustíveis fósseis que os países com grandes reservas pretendem produzir até 2030 é mais que o dobro daquela que o Acordo de Paris contra a mudança climática acomoda, afirma um relatório lançado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Entre os países vistos com preocupação está o Brasil, que tem planos ambiciosos de exploração no pré-sal.
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Segundo o levantamento, emissões globais por queima de combustíveis fósseis deverão estar no máximo em 17 bilhões de toneladas de CO2 por ano no fim desta década para evitar que o planeta aqueça mais de 1,5°C no século. Os grandes produtores, porém, planejam produzir, somados, 36 bilhões de toneladas.
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Intitulada “Relatório sobre a Lacuna de Produção”, a análise do Pnuma complementa outra que o programa lança na semana que vem, sobre países como “emissores” de CO2. O documento de hoje, coordenado pelo Instituto de Ambiente de Estocolmo, destaca os “produtores” de petróleo, gás e carvão como uma peça importante do quebra-cabeças da negociação.
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Homem se filma diante de barricada de pneus em chamas durante greve geral, em Porto Príncipe Foto: RICHARD PIERRIN / AFP
Homem se filma diante de barricada de pneus em chamas durante greve geral, em Porto Príncipe Foto: RICHARD PIERRIN / AFP
Manifestante cospe fogo em formato de goração em protesto para marcar o segundo ano de insurreição civil contra a desigualdade social, em Santiago Foto: MARTIN BERNETTI / AFP
Manifestante cospe fogo em formato de goração em protesto para marcar o segundo ano de insurreição civil contra a desigualdade social, em Santiago Foto: MARTIN BERNETTI / AFP
Homem assiste a uma reportagem com imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
Homem assiste a uma reportagem com imagens de arquivo de um teste de míssil norte-coreano, em uma estação ferroviária em Seul Foto: ANTHONY WALLACE / AFP
Povo afegão distribui comida por ocasião do Eid-e-Milad-un-Nabi, que marca o aniversário de nascimento do Profeta Maomé, na cidade de Herat Foto: HOSHANG HASHIMI / AFP
Povo afegão distribui comida por ocasião do Eid-e-Milad-un-Nabi, que marca o aniversário de nascimento do Profeta Maomé, na cidade de Herat Foto: HOSHANG HASHIMI / AFP
Detidos libertados da prisão de Insein comemoram em Yangon. As autoridades libertaram milhares de pessoas presas por protestarem contra um golpe de fevereiro que derrubou o governo civil Foto: STR / AFP
Detidos libertados da prisão de Insein comemoram em Yangon. As autoridades libertaram milhares de pessoas presas por protestarem contra um golpe de fevereiro que derrubou o governo civil Foto: STR / AFP
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A princesa Mako do Japão, filha do príncipe herdeiro Akishino e da princesa Kiko, caminha em direção aos Santuários dos Três Palácios para orar antes de seu casamento no Palácio Imperial em Tóquio, Japão Foto: KYODO / via REUTERS
A princesa Mako do Japão, filha do príncipe herdeiro Akishino e da princesa Kiko, caminha em direção aos Santuários dos Três Palácios para orar antes de seu casamento no Palácio Imperial em Tóquio, Japão Foto: KYODO / via REUTERS
O Acordo de Paris é sobre limite de emissões, não de produção, mas esta é essencial no planejamento, porque uma grande oferta de combustível fóssil pressiona por sua aquisição e uso, mesmo com a exportação do produto não sendo penalizada diretamente no tratado.
Os cortes de emissão prometidos até agora não salvarão o planeta do aquecimento de 1,5°C,mas já são suficientes para comprometer as ambições do mercado global de energia. Em 2030, os produtores de petróleo pretendem produzir 10% mais do que os governos prometem deixar queimar.
O Pnuma pretende reeditar o relatório sobre a lacuna de produção periodicamente, para monitorar e estimular governos a reverem suas políticas. Esta edição é a terceira, porém, e quase não houve avanço em relação à primeira, de 2019. A nova edição foi publicada a 20 dias do início da COP-26, a conferência do clima de Glasgow, onde os países signatários do Acordo de Paris continuam a discutir como implementá-lo.