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Leon Tolstoi
24/09/2021

“Democracia começa a deixar de ser vista como valor universal”, diz cientista político

Presidente não faria ameaça golpista se não tivesse convicção disso, disse o cientista político

Por Ricardo Mendonça —

O presidente Jair Bolsonaro ficou mais forte para alguns após as ameaças explícitas à democracia nos atos de 7 setembro.

E ficou mais fraco na visão de outra parcela do eleitorado, que depois até ironizou o socorro recebido do ex-presidente Michel Temer no esforço de parecer moderado. Essa é a avaliação do cientista político Humberto Dantas, entrevistado na “Live” do Valor. “Tenho que ele ficou mais bipolar aos olhos da sociedade”, sintetizou. No balanço dos atos, o total de apoiadores nas ruas talvez tenha sido menor do que bolsonaristas projetavam. “Mas ele conseguiu tirar uma foto [da multidão] para dialogar com os demais Poderes.”

“Bolsonaro é um fenômeno que tem conseguido isolar seu eleitorado, de maneira extremamente bem-sucedida, num universo de narrativas, interpretações e valores próprios”, disse. “E esse universo está blindado numa bolha de informações que circulam à margem do que a grande imprensa e até canais oficiais de comunicação veiculam.”

Na avaliação de Dantas, um presidente ter consigo acima de 20% de aprovação “sob uma narrativa intensa e bem articulada” mostra que ele possui “uma capacidade de mobilização gigantesca. Ainda que seja insuficiente para garantir a reeleição, está longe de ser pouco. “Pesquisas antigas mostraram que o Flamengo é o time preferido por cerca de 20% a 25% dos brasileiros. O eleitorado dele tem o tamanho da torcida do Flamengo. Nada desprezível”, diz. O saldo mais concreto do dia 7, em sua opinião, foi ter deixado claro que a democracia está deixando de ser um valor universal. “Bolsonaro não só faz discursos a uma parcela que ele consegue mobilizar, mas seus discursos afrontam valores de um Estado que se pretende ou se imaginava democrático”, acusou. Dantas demonstrou ceticismo em relação à ideia segundo a qual as ameaças autoritárias de Bolsonaro seriam um blefe.

“Não faria discursos dessa natureza, golpistas, se não tivesse convicção. Porque isso é a história dele no Parlamento. Foram 30 ano falando escancaradamente em ruptura, a ponto de chegar a sugerir que o então presidente Fernando Henrique deveria ter sido morto pela ditadura.” O cientista político lembrou ainda que há uma parcela da sociedade que não se envergonha de defender ideias golpistas. “Democracia começa a deixar de ser vista como valor universal”. Nesse sentido, prosseguiu, “Bolsonaro é o que de mais comum poderia acontecer na sociedade brasileira, pois Bolsonaro é o que existe de mais comum no cotidiano brasileiro”. O comportamento dele, disse, reproduz o sentimento de cerca de 25% dos brasileiros.

“Em termos de valores pessoais, Bolsonaro é mais do mesmo. Uma repetição do caráter de parcelas significativas da sociedade.” Para ilustrar a hipótese segundo a qual a democracia pode nunca ter sido um valor universal no país, Dantas citou a aceitação, sem questionamento, da ideia de que os anos 80 teriam sido “a década perdida”.

A despeito dos profundos problemas econômicos, foi “a década de ouro da democracia”, com Diretas Já, Constituição e volta de eleições diretas para presidente, aspectos que jamais poderiam ser desprezados na caracterização do período. Para o pesquisador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “também é um espelho bastante fiel do caráter dessa sociedade”. O petista assemelha-se a Bolsonaro, disse, na forma como se constrói como liderança: “Indivíduos que se abraçam em leituras da realidade que não podem ser afrontadas”, definiu.

Ressaltando que vê Lula como figura bem menos radical que Bolsonaro, citou como exemplo desse traço o hábito do petista de abusar da expressão “nunca antes na história desse país”, algo “muito ruim do ponto de vista da narrativa republicana.” Doutor em ciência política pela USP, Dantas é gestor de educação do Centro de Liderança Pública e coordenador de pósgraduação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. A entrevista foi conduzida pelo jornalista César Felício, editor de Política do Valor.

 
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