Receio é de que novas regras inviabilizem o acesso ao benefício para trabalhadores que têm dificuldades em manter a contribuição por muito tempo em uma área caracterizada pela alta rotatividade
Por Redação RBA
São Paulo – Trabalhadores da construção civil temem não conseguirem se aposentar caso a “reforma” da Previdência do governo de Jair Bolsonaro seja aprovada. De acordo com a categoria e sindicatos do setor, o trabalho na construção civil guarda características que dificultam, por exemplo, a contribuição por 40 anos.
Além disso, o ramo é marcado pela alta rotatividade de trabalhadores, o que também dificulta as contribuições previdenciárias de quem atua nessa área e oscila entre empregos formais e informais. O sindicato da Construção Civil e Mobiliário de São Bernardo e Diadema, na região metropolitana de São Paulo, adverte ainda que, por exigir esforço físico, o setor contabiliza um alto número de afastamentos.
Renivaldo Angelos conta ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, que durante 30 anos atuou no ramo e já precisou fazer duas cirurgias devido a lesões físicas em seu trabalho. “Não sei nem como o brasileiro sobreviverá com esse tipo de reforma, porque a gente vê que só mexe nos pequenos, inclusive nos que trabalham de forma mais difícil, que é o agricultor, construção civil, indústria”, aponta. “Esses caras mexem, mexem, mas você só vê que eles alteram os nossos direitos e, no deles que é bom, nada”, contesta.